domingo, 9 de outubro de 2011

Vida: A história de uma solidão.

         Há muito,muito tempo atrás,eu conheci a história de um jovem que vivia na solidão.Este jovem não tinha uma pessoa para amar,embora nele podia-se sentir á força do querer amor,mas infelizmente ninguém o amava ou queria-o.
         Este jovem nasceu em uma casa humilde de uma cidadezinha do interior,parece que desde pequeno ele já estava condenado a vagar pela vida sem ter alguém que o amasse,o amor fugia dele e sua vida  assemelhava-se há continuas desilusões amorosas.
         Eu o conheci e posso afirmar que este jovem nasceu em uma época errada,que ele nasceu em uma época onde o amor já não é mais tão importante como os bens materiais e posses que se adquirem no decorrer da vida.
         Enquanto a história era contada,podia-se sentir em sua voz á solidão que continha em seu coração.Ás lágrimas rolavam de seu rosto já velho,cansado pelo tempo e pelo pesar dos anos.
         Esta é a sua história:
         Nascido no século XX,em um dia qualquer,de um ano qualquer,este jovem desde criança sentia-se só no mundo.Embora ele tivesse uma família que muito o amava,ele queria mais,queria encontrar á sua alma gêmea,aquela pessoa especial em que pode-se confiar.A mulher que em seu entender e em seu coração passaria toda á sua vida até a velhice e consequentemente á morte.
         Mas ele muito se enganara á este respeito,ainda não sabia que o seu destino era um destino diferente dos outros e que o grande amor que ele possuia estaria destinado á solidão.Uma vida que não deseja-se ao pior dos inimigos,algo tão terrível que só sabe quem sente ou quem passa por isto.
         Sua infância foi uma infância assim como a dos outros,era como qualquer criança,alegre,extrovertido,
mas possuia uma única diferença.Ele tinha sede de amor.
         Aos seis anos de idade esse menino parecia presentir á solidão que o aguardava,assim como á morte é inevitável para todos também o era á solidão.Era um bom aluno,um menino que todos diziam ser especial e que alegrava o ambiente onde estava,através de suas cantorias,de seu talento único de perceber á tristeza e tentar alegrar ás pessoas que se encontravam naquele estado.  
         Conseguia encantar ás pessoas com suas belas palavras,sua compreensão ia muito além de sua idade e sua sabedoria era simplesmente notável.Em sua voz já podia-se perceber o amor que em seu coração operava,aquele sentimento puro,sincero e juvenil.
         Quando assistia televisão e via a fome,a miséria e á morte existentes em qualquer lugar,não se conformava,passava dias com um aperto em seu coração,chorava por sentir a dor daquelas pessoas,pois ele conseguia projetar-se,colocando-se assim no lugar daquelas pessoas.
          Foi quando começou a sentir algo estranho,passava muito de seu tempo isolado do mundo e das outras pessoas,muitas crianças iam chamá-lo para brincar mas ele não saia,pedia para que sua mãe dissesse que ele não estava ou que não estava bem para brincar lá fora.Passou dois anos isolado,somente ia para a escola e ficava aguardando anciosamente a hora de ir para casa,como podia uma criança cair em depressão ele se perguntava continuamente,foi ai que tudo começou.
         Já com nove anos de idade,depois de ter passado por aquela terrível fase que havia muito lhe afligido e feito com que sua percepção e empatia se sobressaíse á de todos.As vezes passava horas assistindo
filmes românticos os quais lhe faziam chorar e tocava-lhe o seu grande coração de menino.
         Gostava de observar os casais tão felizes nas praças,onde passeavam de mãos dadas,faziam piqueniques,corriam um atrás do outro como crianças alegres.Casais que riam enchendo assim o ambiente em que estavam de alegria e esperança.
          Aquilo o deixava muito feliz,dizia em seu coração:
          Hei de achar um amor igual ou maior que estes,acharei uma menina que me ame,que esteja sempre ao meu lado,uma menina que tenha um belo sorriso e que cujo coração esteja-me destinado,assim como ás estrelas estão destinadas á noite,alegrando assim há imensidão e escuridão do céu e do universo.Mas o que ele não sabia ainda é que ele era semelhante ao sol,belo e alegre quando nasce no amanhecer de cada dia,majestoso e imponente,nascendo e se pondo trazendo assim alegria ás pessoas,mas porém sempre só,pois nunca se encontra com a lua.E a sua lua era o amor que ele conheceria,sentiria,mas nunca poderia estar com ela ou tocá-la.Pois ambos estão destinados a rodear á terra e nunca se encontrarem,é claro,que como há eclipses onde o sol e lua se encontram por poucos minutos,assim também o ouve em sua vida.
           Existiram breves momentos de amor e alegria porém eles não passavam de momentos,momentos estes que não durariam mas que marcariam sua vida para sempre.Ainda posso ver como se fosse um espelho obscuro e distante da realidade.Fora dos padrões do amor e longe de cada afeto que o foi negado.
           Vocês não sabem como é viver com grande amor no coração não podendo compartilhá-lo,de que adianta-me ás asas sendo que não poderei nunca voar,é como o homem que nasce com a visão e depois á perde,ele sabe que existem imagens mas não pode vê-las.Aquele menino recebeste um dom que ao mesmo tempo igualava-se á própria maldição.Ouve dias em que desejava á morte ou nunca ter nascido.
           "Aquele que nunca será amado,talvez não viva para sempre."
           Estas na maioria das vezes eram suas palavras,palavras que se eternizariam significativamente em sua estadia terrena,quando se espera aquilo que não acontecerá de certa forma é frustante.
           Assim foi sua vida,sempre adiante de seu tempo,ás angústias que lhe eram atribuidas na infância eram
apenas uma amostra do que viria.
           Com doze anos de idade se apaixonou pela primeira vez por uma menina que conhecera durante as férias,uma menina linda,dizia ele que seus olhos eram as estrelas,brilhando igualmente,tanto na intensidade como no esplendor;Seu rosto era como o dos anjos,uma afeição anjelical capaz de levar a beleza das mais belas coisas á se tornarem nada perante ela.Sua pele branca e macia como a seda mais fina de algum lugar distante e inalcançavel,o amor estava no ar e á sua alegria era perceptivelmente visivel a todos quanto o conheciam.